24 de abril de 2009

My name is Mariana, and i'm a _____holic


Começou aos poucos, mas vício que é vício chega de mansinho pra você não perceber que é vício. Fui encontrando pessoas pra me acompanhar nele e até me incentivar nesse mau caminho. Quis negar, fugir às advertências de que não me faria bem, de que ia me consumir, mas hoje as crises de abstinência são inegáveis. 


Não dá pra parar, não consigo. E cada vez surgem mais e mais substâncias novas que me levam a querer conhecer, me sinto num limbo, numa bolha quando me falta. É uma loucura, uma obsessão. Tenho dores terríveis e distribuídas pelo corpo quando estou usando, mas sem, a depressão é certa e as dores são outras. 


Mudei minha vida, não posso culpar o vício, mas novos hábitos têm me consumido. Meu vocabulário mudou, agora eu twitto, sou blogueira, adoro o "conceito" de FAIL, me horrorizo com os flash mobs, rio (moderadamente) do TENSO, sei o que é e de vez em quando freqüento o skoob. Despendo horas da minha vida lendo idéias de pessoas cujos nomes não sei, assistindo e admirando vídeos e fotos de anônimos e fazendo “melores” amigos que eu nunca vi e, talvez, nunca vou ver. Alucinada, não sei quando parar e a cada novo link, um bando de delírios se revela, um enorme mundo pop que amo ver, consumir, ler, imaginar, rir, ser parte. 


Reabilitação: FAIL


16 de abril de 2009

Veja bem, meu bem


Nunca fui de sentir saudade. Sentir, sentir mesmo. Parece que eu não sei sentir saudade. Ou não sabia. Às vezes até me perguntava como as pessoas sentiam, se havia alguma coisa, talvez um outro sentimento (só tristeza?) acoplado pra atestar que aquilo que se sente é saudade.

 

Quando me mudei de Varginha, voltava nos feriados e ficava extremamente feliz de reencontrar aquele meu mundo de lá. Mas eu queria entender minha saudade, que eu sabia existir, mas não sentia direito. Até uma vez disse a um amigo que a saudade que eu sinto aparece toda naquele primeiro segundo do reencontro, quando abro um sorriso e recordo a felicidade de tal companhia. Nem me lembro pra quem foi que eu disse, mas sei que fui incompreendida, talvez minha idéia de saudade fosse única.

 

Acho que nesse tempo eu tinha dois mundos bem estruturados que, de alguma forma, me faziam fugir um pouco da saudade convencional, aquela que incomoda a cada segundo do dia e que chega a doer num aperto em algum lugar, no nó da garganta, numa respiração difícil de fluir, no corpo todo que não quer saber de nada. Já tinha sentido essa maldita, mas num momento com prazo de validade, em que eu sabia que o tempo ia passar e logo eu teria toda minha vida de volta e inteira pra mim. Mas agora não tem fim. É uma saudade eterna.

 

Porque nunca dá tempo de matar. Porque a saudade que eu tenho é de um tempo que já acabou, sem volta. Porque não tem plano que possa ser feito com a certeza de que vá ser cumprido. Porque as pessoas tomam rumos distintos e são outras de repente. Porque sempre falta um pedacinho de mim.