Começou aos poucos, mas vício que é vício chega de mansinho pra você não perceber que é vício. Fui encontrando pessoas pra me acompanhar nele e até me incentivar nesse mau caminho. Quis negar, fugir às advertências de que não me faria bem, de que ia me consumir, mas hoje as crises de abstinência são inegáveis.
Não dá pra parar, não consigo. E cada vez surgem mais e mais substâncias novas que me levam a querer conhecer, me sinto num limbo, numa bolha quando me falta. É uma loucura, uma obsessão. Tenho dores terríveis e distribuídas pelo corpo quando estou usando, mas sem, a depressão é certa e as dores são outras.
Mudei minha vida, não posso culpar o vício, mas novos hábitos têm me consumido. Meu vocabulário mudou, agora eu twitto, sou blogueira, adoro o "conceito" de FAIL, me horrorizo com os flash mobs, rio (moderadamente) do TENSO, sei o que é e de vez em quando freqüento o skoob. Despendo horas da minha vida lendo idéias de pessoas cujos nomes não sei, assistindo e admirando vídeos e fotos de anônimos e fazendo “melores” amigos que eu nunca vi e, talvez, nunca vou ver. Alucinada, não sei quando parar e a cada novo link, um bando de delírios se revela, um enorme mundo pop que amo ver, consumir, ler, imaginar, rir, ser parte.
Reabilitação: FAIL